terça-feira, 24 de março de 2015

Caminhar...

Caminho pelas ruas
Iluminado pelo Sol ou pela Lua
Caminhar sobre o caminho
Que vou construindo junto e caminhando sozinho

Caminho como se fosse empurrado pelo vento
Leve,tranquilo,sem nenhum tormento
Sou a vela e meus pés os barcos que deslizam sobre o mar
Sou o coração puro,pronto para amar

O vento que me leva me empurra contra a correnteza
E é esse vento que me da a certeza
Que o caminho é o inverso
Que o meu caminho é ligado ao Universo

Leveza e confiança no pensar
Mil e uma coisas para imaginar
Lugares diferentes para explorar
Pessoas boas e más por mim vão passar

Ambas receberão sorrisos
Serão tratadas com respeito
Pois não falta juízo
Na composição do meu jeito

Leve e feliz
Tenho certeza na minha diretriz
Eu caminho flutuando
Eu caminho sonhando

Eu caminho sorrindo
Eu caminho construindo
Todos os dias novas velas e barcos para me levar
Por esse mar de caminhos que tenho para caminhar

- Matheus Valente 24/03/2015

Capoeira...



O hungu
Arame,cabaça e pau
Foi arrancado de Angola,sua terra natal
Viajou por muito tempo nos porões de uma nau
Chegou no Brasil e virou Berimbau

Nas senzalas os negros oprimidos queriam liberdade
Tocaram um Berimbau,respondeu um Atabaque
Para o Atabaque respondeu um Pandeiro
Quando foram ver já tinha capoeira no terreiro

Ginga,dança e luta
Roda de música e disputa
A capoeira,é a resposta para a opressão
Fazendo abrir uma luz na escuridão

Trouxe para os diversos povos de África a união
Trouxe um pouco de alívio para o fardo da escravidão

A capoeira já foi marginalizada
Por ser taxada como coisa de ''preto que não faz nada''
Mas hoje é um patrimônio cultural e deve ser respeitada
E por todas as escolas deve ser ensinada

Viva o Brasil da miscigenação
Viva o Negro que foi forçado a vir,pela escravidão
Agradecemos eles por todo o trabalho e por tudo que nos deixaram
Cultura,costumes,culinária,música,que aqui enraizaram

Toda roda de capoeira é em respeito
A todos aqueles sujeitos
Que deram duro e mataram a dor no osso do peito
Aos Negros africanos e brasileiros,todo o meu respeito

- Matheus Valente 24/03/2015

Pandeiro...

O nosso Brasil tão brasileiro
Se deve a um instrumento chamado pandeiro
De origem Árabe
Mas chegando aqui fez do berimbau o seu álibi

E começou a dança
A roda de luta e esperança
Dessa mesma vertente
Fez-se água corrente

Mudou-se a batida
E a música samba foi parida
Batizando a nossa pátria querida

E o pandeiro
Se tornou um simbolo brasileiro
Desse celeiro cultural
Que se formou por causa da miscigenação racial
Que se deu por todo o território nacional

- Matheus Valente 24/03/2015

sábado, 21 de março de 2015

Não se preocupem por mim...

O que eu faço ou deixo de fazer
Ninguém tem que se meter
Quem sou eu? Quem é você?

O que importa é o que eu sou
O que importa é o que eu digo
O que importa é o que eu vejo
O que importa é a energia que transmito

Eu não vim aqui para cumprir as regras
Eu vim até aqui para fazer um jogo novo
Eu vim para tentar mudar tudo
Eu vim e eu vou

Não sou melhor do que ninguém
Apenas vejo o que outras pessoas não veem
Apenas digo o que muitos não tem coragem de dizer
Então não importa o que eu faço ou deixo de fazer

O que importa é o que vou escrever
O que importa é o que tenho pra falar
O que importa é saber
Que eu vim até aqui para tentar mudar

Eu não vim até aqui para me curvar
Eu não vim até aqui para me enquadrar
Eu não vim até aqui para obedecer
Eu não vim até aqui para nada fazer

Do jeito que eu cheguei até aqui
Eu continuarei enquanto existir
Enquanto houver o que dizer
Eu vou escrevendo,gritando e mudando até morrer
Então o que importa o que eu faço ou deixo de fazer?

- Matheus Valente  21/03/2015

quarta-feira, 18 de março de 2015

Onde é meu verdadeiro lar?

Quando eu procuro,não acho
Quando me acham,não estou
Quando estou,já se foram
Quando vou,alguém chega

Quando observo,não vejo
Quando vejo,já passou
Quando me veem,não enxergo
Procuro um olhar que já cegou

Acredito no amor em meio ao ódio
Não acredito em religião
Pois todas elas se converteram ao deus cifrão
Acredito na humanidade vivendo entre irmãos

Mas na primeira volta pela cidade
Desacredito em tudo que eu disse
Pois a sociedade pensa que irmandade
É uma tremenda burrice

O que eu faço aqui afinal?
Me deixaram no planeta errado
Sem eira nem beira,sem nem um sinal
Me tomaram o passaporte e hoje vivo aqui exilado

Onde é o meu verdadeiro lar?
Qual desses planetas do sistema solar?
Pois sou de carne e osso em meio a pessoas robotizadas
Como faço pra voltar pra casa?

- Matheus Valente  07/03/2015

Amores...

Amores perdidos
Amores achados
Amores escondidos
Amores amados

Amores passageiros
Amores passados
Amores tão ligeiros
Amores tumultuados

Amores belos
Amores duvidosos
Amores meros
Amores luminosos

Amores
Desamores
Amores certeiros ou errantes
Amores de um amante
Todo amor vale muito mais do que qualquer diamante

Matheus Valente 18/03/2015

terça-feira, 10 de março de 2015

De onde vem minha poesia?

Minha poesia vem do Universo
Que se expressa em cada verso
Há uma conexão
Que é ativada pela visão

O Universo exterior se comunica com o meu Universo interior
Há uma troca de energia
Dessa mensagem sou o decodificador
Codifico,compreendo e organizo em forma de poesia

Tudo aquilo que me atinge
Tudo o que me alegra ou aflige
Reorganizo e coloco tudo no lugar
No momento em que a poesia terminar

Sinto a alma tranquilizar
A poesia é expelida e já não é mais minha
Ela é de quem quiser pegar

Ela é de quem compreender
Ela é de quem sentir
Ela é de quem olhar
De quem sorrir ou chorar

Ela está aí para semear
Ela está aí para se comunicar
Ela está aí para fazer pensar
Ela está aí pairando pelo ar

- Matheus Valente 10/03/2015

sexta-feira, 6 de março de 2015

A manada,nada...

A manada dos normais
Dos que nadam e morrem antes de chegar no cais
A manada dos que querem sempre mais
Dos que vão nadar e nadar,mas respirar,jamais

A manada vai nadando
Enquanto eles vão a nado
Eu volto remando

Enquanto eles estão resmungando
Meu sorriso estampado,vou esbanjando
Eles estão batendo braço pela liderança
Mesmo sem saber que já perderam as esperanças

Essa manada
Que pensa que nada
Que bate n'água
E que volta pra casa
Esperando por uma medalha

Essa manada que vai na correnteza
Essa manada que só tem uma certeza
Essa manada que pensa ensinar a nadar
Digam pra qual lado vocês vão se deslocar
Pois para o lado contrário é que eu vou remar

- Matheus Valente  06/03/2015